Ao menos 12 médicos e enfermeiras de um hospital público da Nicarágua foram demitidos nesta sexta-feira (27) por atender manifestantes feridos e apoiar os protestos contra o presidente Daniel Ortega, informou uma fonte médica.
Os funcionários foram demitidos do hospital Oscar Danilo Rosales, vinculado ao Ministério da Saúde e situado na cidade de León, "sem qualquer justificativa legal", denunciaram os próprios envolvidos.
As demissões aconteceram porque "dizem que fossos solidários e apoiamos" a luta do povo, declarou à AFP o chefe do departamento de cirurgia e endoscopia do hospital, Javier Pastora.
Nicarágua 'vive administrando o medo', diz ex-vice
As demissões aconteceram porque "dizem que fossos solidários e apoiamos" a luta do povo, declarou à AFP o chefe do departamento de cirurgia e endoscopia do hospital, Javier Pastora.
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Esther, de 19 anos, balança a bandeira da Nicarágua durante protesto em León contra o presidente Daniel Ortega (Foto: Arquivo pessoal)
"Estava em uma cirurgia quando chegaram dos recursos humanos para me dizer que fosse à direção porque estava demitido", revelou o cirurgião especializado em oncologia Aarón Delgado.
É uma demissão "arbitrária, não há justificativa", protestou o pediatra Edgar Zúñiga, que também foi afastado.
Estudante da Nicarágua relata tiros em cemitério e perseguição na universidade
"Fomos despedidos apenas por pensar diferente, (por dizer) que na Nicarágua precisamos de democracia, liberdade, o fim da repressão e das mortes, e mais diálogo".
Um protesto diante do hospital exige a reintegração dos funcionários.
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Paramilitares são vistos em camionetes no bairro de Monimbo, em Masaya, na Nicarágua, em 18 de julho (Foto: Marvin Recinos/AFP)
Segundo grupos humanitários, a repressão aos protestos já deixou mais de 400 mortos e 2 mil feridos, muitos socorridos por médicos voluntários fora dos hospitais, diante da suposta negativa dos órgãos públicos de atender os opositores.
Polícia diz ter prendido suspeito de matar brasileira
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A estudante brasileira de medicina Rayneia Lima, de 30 anos, foi assassinada a tiros na Nicarágua, na segunda-feira (23) (Foto: Reprodução/TV Globo)
Segundo um comunicado distribuído à imprensa, Pierson Gutiérrez Solis, de 42 anos, carregava uma carabina M4 quando foi detido, o mesmo tipo de armamento que teria sido usado para matar Raynéia.
De acordo com Ernesto Medina, reitor da Universidade Americana em Manágua (UAM), onde a brasileira estudava, ela morreu após ser atingida por tiros disparados por "um grupo de paramilitares" que estava na casa de Francisco López, tesoureiro da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), o partido do governo.
A polícia, no entanto, nega a acusação e diz que o vigilante é o autor dos disparos.
G1
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